quarta-feira, 30 de setembro de 2015

SIMBAD: uma trilogia fantástica




Recontada e Ilustrada: Ludmila Zeman
Tradução: Ana Maria Machado (1a historia) e 
Beatriz Viégas-Faria (as outras duas)
Editora: PROJETO



Essa trilogia conta com três títulos: Simbad-uma história das mil e uma noites, Simbad na terra dos gigantes, O segredo de Simbad.

A capa dos livros chamam muito a atenção, traz a sensação de uma narrativa cheia de aventura e mistério.

As ilustrações revelam uma cultura bela, expressiva e extremamente rica nos detalhes. Ativa a imaginação e complementa a narrativa.

Os textos são envolventes e despertam a curiosidade para leitura de todos os títulos. São histórias que as crianças não estão acostumadas a  ouvir: trata-se de outra cultura, outros costumes. 

São contadas por Sherazade para escapar da morte: as mil e uma noites são histórias conhecidas mundialmente e podem ser encontradas no folclore das culturas árabe, indiana, persa dentre outras.

É um livro que encanta e as crianças ficam à espera da próxima leitura.


Entregue-se a essa aventura! 

sexta-feira, 25 de setembro de 2015

A avaliação em diálogo com a educação integral: uma perspectiva inovadora.

Entre um dos fundamentos da educação integral, há o reconhecimento de que o processo educativo deve ir além dos conteúdos presentes no currículo tradicional; a vida é entendida como um percurso fluído de aprendizado. Mas se a existência é uma grande escola, por que as outras dimensões da vida do ser humano ainda hoje são excluídas em alguns processos escolares? [1]

Trabalhar com o desenvolvimento das emoções faz parte da concepção de educação integral. Avaliar as habilidades socioemocionais são tão importantes quanto avaliar os aspectos cognitivos. 

Considerando que o período integral (complementar), ainda funciona como um contraturno na maioria das escolas, pode ser interessante priorizar avaliar as habilidades que são a estrutura do ser humano, que formam e dão forma ética, moral e emocional. Sabemos que a prioridade na escola é avaliar o conteúdo trabalhado, então que tal repensar a avaliação e começar com pequenas mudanças?

As competências socioemocionais incluem um conjunto de comportamentos e sentimentos individuais como uma espécie de padrão constante ou tendência de responder de determinada forma em determinados contextos e situações cotidianas, como ao gerenciar as próprias emoções ou tentar atingir um objetivo. Em geral, essas competências podem ser divididas em cinco domínios: Conscienciosidade (expressa em atitudes de responsabilidade, persistência, resiliência e outras), Abertura a novas experiências (presente em comportamentos de curiosidade, criatividade, não ter medo de errar, etc.), Amabilidade (presente em cooperação, por exemplo), Estabilidade emocional (na capacidade de autocontrole e outras) e Extroversão (como sociabilidade). Em todos esses domínios também está presente o chamado Lócus de controle, que é a forma como o indivíduo atribui seu desempenho a si próprio ou a terceiros (incluindo seu autoconceito e motivação, por exemplo). [2]

Como revelam pesquisas científicas nas áreas de psicologia e economia da educação, habilidades socioemocionais são tão importantes quanto as cognitivas (avaliadas por testes de inteligência e conhecimento acadêmico) para a obtenção de bons resultados na escola, e tão ou mais importantes que elas para o sucesso no trabalho e na vida. [3]

Compreende-se, inclusive, que o desenvolvimento intelectual depende das demais dimensões para acontecer na sua plenitude: por exemplo, um corpo limitado na sua expressão ou uma sociabilidade comprometida impactam diretamente nos processos cognitivos. Nesse sentido, a educação integral se concretiza em propostas que integram diferentes tempos, espaços e agentes educativos para além da sala de aula, das disciplinas e do professor. Essas diferentes interações permitem que os estudantes acessem e experimentem linguagens, contextos e ritmos diversificados que permitem o desenvolvimento de capacidades físicas, sociais, afetivas, além das intelectuais. [4]

A partir do brincar, dos jogos, das rodas de conversa e da resolução de conflitos, identificamos as necessidades de trabalhar com o desenvolvimento emocional: a descoberta das diversas reações em relação a determinadas situações, a colaboração, a percepção e valorização do sentimento do outro, o respeito a diversidade e as diferenças. Essas vivências fazem com as crianças internalizem as próprias descobertas e facilita o aprendizado dos conteúdos formais. 

Reconhecer que os seres humanos, seja criança ou adulto, passam pelas mesmas emoções e conflitos, e que receber apoio, acolhimento, paciência e compreensão no momento dessas situações, tranquiliza a criança e forma a singularidade de cada uma delas, impactando diretamente nas suas vidas.

A presidente do Instituto Ayrton Senna, Viviane Senna [5] diz:
Temos um currículo oculto, um conjunto de habilidades importantes sobre as quais não temos consciência, mas que são determinantes no sucesso das crianças. Precisamos desenvolvê-las de maneira sistemática e ordenada no cotidiano escolar para poder usufruir dos benefícios delas.

Avaliar essa competência de lidar com as situações e com as pessoas faz parte de um trabalho diário, construído aos poucos, desenvolvido a partir de vivências lúdicas, embasadas em um currículo que considera as áreas do conhecimento e o desenvolvimento das múltiplas dimensões dos indivíduos (física, intelectual, social, emocional e simbólica), complementa e colabora com o desenvolvimento integral dos alunos, além de ser importante para o desempenho escolar e na vida, favorecendo a construção da autonomia moral, intelectual e de sucesso nas relações.

No período complementar é possível propor um projeto de integração planejado a partir da convivência dos alunos de diferentes idades e quebrar com a estrutura de um professor por sala com x alunos da mesma faixa etária. Contribuindo para que nos diferentes momentos em que estiverem juntos, aprendam a colaborar um com o outro, a respeitar a maneira e o tempo de cada um, a mediar resoluções de conflitos, a atuar de forma participativa, a criar novos espaços de diálogo e também se colocar como mentores e/ou ajudantes. Esse projeto abrange o desenvolvimento das relações interpessoais e intrapessoais, ou seja, com as próprias emoções, sentimentos e com o meio social. Quanto mais a criança conhece a si mesmo, melhor ela pode se relacionar com os outros e controlar suas emoções. Portanto, a formação do professor é essencial, pois as crianças se inspiram em como o adulto lida com as próprias emoções, sendo modelo, referência.

Esse é um assunto que merece muita dedicação e estudo, muitas vezes deixamos de lado e priorizamos a formação por área de conhecimento. Outro aspecto a considerar é que muitas escolas de educação infantil inserem o desenvolvimento moral, emocional e da autonomia em suas avaliações, mas quando as crianças chegam no ensino fundamental I, infelizmente, os conteúdos se tornam o mais importante. Repensar é urgente!

Conheça escolas que trabalham com novas alternativas para educação e inspire-se!



Para saber mais: http://www.porvir.org/especiais/socioemocionais/

                            www.escolastransformadoras.com.br

                            https://www.youtube.com/watch?v=HX6P6P3x1Qg

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1 Fonte: http://educacaointegral.org.br/noticias/trabalhar-emocoes-condicao-para-uma-educacao-integral/

2 Fonte: http://educacaosec21.org.br/iniciativas/competencias-socioemocionais/

3 Fonte: http://educacaosec21.org.br/iniciativas/competencias-socioemocionais/

4 Fonte: http://educacaointegral.org.br/glossario/desenvolvimento-integral/

5 Fonte: http://educarparacrescer.abril.com.br/blog/boletim-educacao/2014/03/26/avaliacao-inedita-mede-impacto-das-habilidades-socioemocionais-na-vida-escolar-de-alunos-brasileiros/


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